“Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir? Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E seguiram para outra aldeia” (Lucas 9:54-56).

A reação de Tiago e João em relação à atitude dos samaritanos no episódio narrado em Lucas 9:51-56 poderia ter sido a reação de muitos de nós: “Se alguém errar, liquide-o”. Jesus estava em direção a Jerusalém, mas precisava pernoitar em algum lugar. O Senhor enviou mensageiros a uma aldeia próxima, para lhe preparar um local onde ficar. Um povoado de samaritanos era a opção. Mas, assim que seus habitantes souberam que Jesus não ficaria ali, eles acabaram por não recebe-lo. Os apóstolos, agindo por instinto, “sugeriram” a destruição daqueles samaritanos. Jesus, porém, os repreendeu de forma bem clara, mostrando o Seu real propósito na terra: “… o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las.” (Lucas 9:56a).

A falta de paciência, compreensão e amor com os outros mostra a falta de conhecimento da vontade de Deus e o quanto precisamos aprender com Ele. Tiago e João foram chamados para serem apóstolos de Cristo; porém, no episódio registrado em Lucas, eles ainda estavam no aprendizado e portanto, não sabiam como aplicar devidamente o poder de Deus em relação aos outros.

Em contrapartida, o profeta Elias, no episódio com os mensageiros enviado pelo rei Acazias registrado em 2 Reis 1:2-17, já era um homem experimentado e ciente da vontade do Senhor. A diferença entre Elias e os dois apóstolos estava na forma e propósito como conduziram as coisas: Elias disse: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e te consuma a ti e aos teus cinqüenta.” (2 Reis 1:10,12); Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” (Lucas 9:54). Elias: “se sou”; Tiago e João: “queres que mandemos”. Elias deixou Deus agir: “se sou homem de Deus, Ele agirá”. Tiago e João queriam agir a sua própria maneira.

O evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Romanos 1:16); se o usarmos corretamente, ele trará salvação para aquele que crê, porém se o usarmos incorretamente, poderá também levar a morte espiritual alguém que poderia ser salvo por ele. Usemos corretamente o “poder de Deus” com o propósito de salvar e não de destruir.