“1 Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sinagoga judaica e falaram de tal modo, que veio a crer grande multidão, tanto de judeus como de gregos. 2 Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram os ânimos dos gentios contra os irmãos. 3 Entretanto, demoraram-se ali muito tempo, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios.” (Atos 14:1-3)
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Paulo e Barnabé não se importavam em saber que o local e lugar que iam não era “conveniente”. Eles entraram numa sinagoga (local tipicamente judaico) pregando com coragem o evangelho. Como sempre, opositores se rebelaram e procuraram colocar empecilhos a pregação do evangelho, mas a ação de judeus incrédulos resultou num efeito contrário (efeito colateral) onde os irmãos permaneceram ainda mais por ali, pregando com mais ousadia e intrepidez a Cristo; palavra confirmada pelos milagres realizados por Deus por intermédio dos discípulos.
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“4 Mas dividiu-se o povo da cidade: uns eram pelos judeus; outros, pelos apóstolos. 5 E, como surgisse um tumulto dos gentios e judeus, associados com as suas autoridades, para os ultrajar e apedrejar, 6 sabendo-o eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia e circunvizinhança, 7 onde anunciaram o evangelho.” (Atos 14:4-7)
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Incitados pelos incrédulos, a cidade de Icônio se dividiu, uns apoiando os judeus e outros os discípulos. Ao iniciar um tumulto (o que não é razão de ser do evangelho, mas a oposição de homens a ele), com o risco de apedrejamento (integridade física) Paulo e Barnabé resolveram por bem deixar Icônio, partindo para Listra e Derbe, dentre outras cidades, não com propósito de apenas fugir dos atentados, mas continuar com o propósito inicial deixado por Cristo: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28:19,20).
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“8 Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. 9 Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, 10 disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava.” (Atos 14:8-10)
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Chegando em Listra os discípulos trataram logo de compartilhar o poder e o amor de Deus com as pessoas dali. Eles não perdiam um só minuto com “coisas desta vida”, pois o objetivo deles era “satisfazer àquele que o arregimentou” (2 Timóteo 2:4). Paulo viu naquele homem que sofria pela enfermidade física, um coração que buscava a Deus, porém a cura maior não seria o corpo físico restaurado, mas a alma curada das enfermidades espirituais. Jesus disse: “Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Lucas 11:10).
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“11 Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. 12 A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra. 13 O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões. 14 Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: 15 Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles; 16 o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; 17 contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria. 18 Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios.” (Atos 14:11-18)
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Após o milagre realizado por Paulo em benefício do homem aleijado o povo da cidade de Listra considerou tanto o apóstolo assim como Barnabé, deuses, atribuindo a eles nomes em cuja cidade havia templos, por exemplo, Júpiter. Vendo os feitos de Paulo o povo desejou realizar sacrifícios de animais em favor dos supostos deuses. Os discípulos prontamente trataram de coibir a multidão de tal feito, pois queriam mostrar que eram homens como qualquer um outro – e por isso não deveriam receber adoração. Pelo contrário, o interesse dos discípulos era que aquela cidade conhecesse e cresse no “Deus vivo e verdadeiro” (1 Tessalonicenses 1:9), por meio do evangelho e assim deixassem a idolatria e as coisas sem valor que muitos se apegam. Paulo e Barnabé falou-lhes da bondade de Deus desde tempos antigos e de como Ele se mostrou nas diversas gerações que passaram.
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“19 Sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e Icônio e, instigando as multidões e apedrejando a Paulo, arrastaram-no para fora da cidade, dando-o por morto. 20 Rodeando-o, porém, os discípulos, levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu, com Barnabé, para Derbe. 21 E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, 22 fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.” (Atos 14:19-22)
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– Paulo disse a respeito dos judeus – os que se opunham ao evangelho e aos profetas de Deus na Antiga Aliança: “Tanto é assim, irmãos, que vos tornastes imitadores das igrejas de Deus existentes na Judéia em Cristo Jesus; porque também padecestes, da parte dos vossos patrícios, as mesmas coisas que eles, por sua vez, sofreram dos judeus, os quais não somente mataram o Senhor Jesus e os profetas, como também nos perseguiram, e não agradam a Deus, e são adversários de todos os homens, a ponto de nos impedirem de falar aos gentios para que estes sejam salvos, a fim de irem enchendo sempre a medida de seus pecados. A ira, porém, sobreveio contra eles, definitivamente.” (1 Tessalonicenses 2:14-16).
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– Opor-se a Deus e ao evangelho é uma das coisas mais insensatas que um ser humano pode fazer nesta vida, mas sabemos pela história e pela nossa própria época que isto é uma triste realidade, e como diz o apóstolo “não agradam a Deus, e são adversários de todos os homens”.
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– Os judeus incrédulos vindos de Antioquia e Icônio, não contentes em terem provocado o tumulto contra Paulo nestas cidades, se dirigiram a Listra para continuar sua violenta oposição aos proclamadores do evangelho incitando o povo contra eles até ao ponto de os apedrejarem e o tirarem da cidade esperando que ali morresse. Os outros discípulos protegeram Paulo ajudando-o a voltar a cidade, ainda para pregar, e no dia seguinte continuar sua peregrinação evangelística pela circunvizinhança ao lado de Barnabé. O propósito de Paulo e Barnabé era conseguir o maior número de discípulos não importando o que enfrentassem. Os discípulos convertidos nas cidades de Listra, Icônio e Antioquia foram estimulados e fortalecidos na fé em Cristo pelo apóstolo, mostrando claramente que “são poucos os que acertam” com a “porta estreita” e o “caminho” apertado “que conduz para a vida” (Mateus 7:13,14); pois são poucos que querem passar o que passam e já passaram aqueles que lutam pela causa de Cristo neste mundo de incredulidade e injustiça.
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“E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.” (Atos 14:21,22)
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“10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. 11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. 12 Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” (Mateus 5:10-12)
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