Gaio, Diótrefes e Demétrio (3 João 1-12)
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Introdução:
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“O presbítero ao amado Gaio, a quem eu amo na verdade. Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma. Pois fiquei sobremodo alegre pela vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade, como tu andas na verdade. Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade.” (v. 1-4)
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– João escreve a Gaio uma pequena carta, mas com teor profundo. Ele primeiro o saúda e deseja melhora, possivelmente porque Gaio estivesse enfrentando problemas de saúde e até de finanças. O apóstolo ficou contente em saber que este irmão permanecia fiel ao Senhor Jesus Cristo, andando na verdade, colocando em pratica os ensinamentos recebidos.
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Gaio, o bom exemplo:
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“Amado, procedes fielmente naquilo que praticas para com os irmãos, e isto fazes mesmo quando são estrangeiros, os quais, perante a igreja, deram testemunho do teu amor. Bem farás encaminhando-os em sua jornada por modo digno de Deus; pois por causa do Nome foi que saíram, nada recebendo dos gentios. Portanto, devemos acolher esses irmãos, para nos tornarmos cooperadores da verdade.” (v. 5-8)
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– João ficou sabendo por meio de outros irmãos, talvez evangelistas, a boa acolhida de Gaio a eles de forma generosa. A atitude bondosa dele deve ser seguida amplamente pelos cristãos hoje. Ele acolheu obreiros em sua casa, utilizando os recursos disponíveis. Podemos também usar nossas casas, recursos financeiros e materiais para apoiar servos fiéis a serviço do reino e obra de Deus. Gaio andou na verdade acolhendo, servindo e sustentando de forma generosa obreiros de Deus. Como ele andou, também podemos andar, pois é um bom exemplo para nós.
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Diótrefes, o ambicioso:
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“Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida. Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica, proferindo contra nós palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja. Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus.” (v. 9-11)
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– Já Diótrefes, agiu de forma contrária a de Gaio. Primeiramente, João diz que ele “gosta de exercer primazia” – Primazia é a qualidade do que está em primeiro lugar. Diótrefes era um homem que tinha influência entre os irmãos, mas se deixou dominar por ambições egoístas. Pessoas assim acham que são os melhores, os mais importantes e senhores da situação. Geralmente tomam frente de tudo – encabeçam vários ministérios na igreja – e não deixam outros participarem das decisões, a não ser que sejam concernentes com aquilo que desejam ou pensam. Estes tem longevidade nas congregações porque muitos não tem coragem de enfrentá-los; já outros deixam a “amizade” falar mais alto; e por fim, outros os bajulam.
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Em segundo lugar, e talvez por causa de “exercer primazia”, Diótrefes não apoiava os evangelistas e irmãos, como também se opunha a quem o fizesse os expulsando da igreja. Ele não acolhia os obreiros de Deus como fazia Gaio.
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Em terceiro lugar, Diótrefes também falava mal do apóstolo João, com o intuito de colocar os irmãos contra ele. Diótrefes era o ambicioso. Quantos não agem do mesmo modo, não apoiando o trabalho de um obreiro, fazendo vista grossa e torcendo para dar tudo errado? Estes ficam neutros e procuram desestimular quem quer trabalhar. Muitos não tendo poder para expulsá-los, agem de tal forma que a pressão e a oposição acabam por gerar o desligamento daqueles que querem trabalhar para o Senhor na congregação; eles acabam indo embora, procurando onde servir, serem aceitos e acolhidos para realizar a obra de Deus.
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Por fim, João alertou Gaio a não seguir o exemplo de Diótrefes. O admoestou a imitar e praticar o que é bom, pois “o bem procede de Deus”. Nossas atitudes para com a igreja demonstram nosso verdadeiro caráter; nossas verdadeiras intenções. Gaio acolhendo e apoiando obreiros de Deus mostrava quem procedia de Deus. Já Diótrefes, com sua ambição de estar por cima de tudo, não acolhendo irmãos fiéis mostrava que “jamais viu a Deus”.
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Demétrio, o fiel cristão:
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“Quanto a Demétrio, todos lhe dão testemunho, até a própria verdade, e nós também damos testemunho; e sabes que o nosso testemunho é verdadeiro.” (v. 12)
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– O terceiro homem se mostra como o fiel cristão, aquele do qual podemos confiar – fidedigno, digno de toda confiança. Alguns o interpretam como o mensageiro que teve a incumbência de levar a epístola do apóstolo as mãos de Gaio. João precisaria de alguém fiel para cumprir esta missão, e a mensagem chegar ao destinatário com segurança. O importante aqui, sendo Demétrio o mensageiro da carta ou não, é o seu testemunho, onde irmãos, e até mesmo o apóstolo, comprovavam o caráter santo de Demétrio, algo importantíssimo para a propagação do evangelho entre os descrentes. A pior coisa que existe é querer pregar o evangelho tendo uma vida desordenada, causando o desprezo dos de fora ao nome de Deus.
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Sejamos, portanto, fiéis cristãos, como era Demétrio, com testemunho exemplar e de confiança que glorifique o nome de nosso Senhor.
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Conclusão:
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– Três homens, duas atitudes distintas: Gaio e Demétrio demonstrando a verdadeira face dos filhos de Deus, agindo com dignidade, fidelidade e amor a obra de Deus. Diótrefes, pelo contrário, se mostrou como os judeus que perseguiam Paulo: eles “não agradam a Deus, e são adversários de todos os homens” (1 Tessalonicenses 2:15).
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Gaio, o bom exemplo; Diótrefes, o ambicioso; e Demétrio, o fiel cristão. Sigamos o bom exemplo de Gaio e Demétrio, amando a Deus e aos seus filhos, nossos irmãos em Cristo, rejeitando sempre atitudes como a de Diótrefes; e havendo pessoas como ele em nosso meio, tenhamos a coragem de repreende-los – como iria fazer João quando o encontrasse – ao invés de ficar coniventes com seus atos.
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Deus seja com todos, que assim como Gaio e Demétrio, servem ao reino de Cristo na terra, a igreja.