Jugo desigual - I

Jovem torna-te padrão – Posso ter comunhão com descrentes?

“Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras” (Tito 2:7a)

→ Uma mensagem direcionada especialmente aos jovens, mas dedicada a todo aquele que se diz seguidor fiel de Cristo Jesus.

A nossa parte: (Perguntas para reflexão)

1 – O que quer dizer santificação?
2 – Porque Deus quer um povo santo?
3 – É possível permanecer na presença de Deus estando nós em pecado?
4 – Quem são os santos de Deus hoje?
5  A Santificação é essencial para ter comunhão com Deus?
6 – Que faremos para aproveitar desta amizade com Deus?
7 – Como Deus quer que vivamos nesse mundo?

O que diz a palavra:

14 Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? 15 Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? 16 Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 17 Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, 18 serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. 1 Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus. (2 Coríntios 6:14-7:1)

Chegando ao entendimento: (Respostas as perguntas de reflexão)

1 – Através de toda a Bíblia, a santificação tem sido um elemento essencial na relação entre Deus e seu povo. Esta qualidade de ser separado do pecado é uma característica fundamental da santidade de Deus, que tem que ser desenvolvida como parte do caráter de seus filhos.

2 – Desde a criação, Deus quis um povo santo. Ele desejou uma comunhão especial com os homens que fossem capazes de andar com ele e falar com ele numa união especial. Mas a própria natureza de Deus estabelece limites para tal associação.

3 – O caráter santo de Deus não pode permitir ser contaminado pelo pecado e pela corrupção. Os homens só podem estar na sua presença se forem puros. Depois que gerações de pecadores morreram num mundo corrompido, Deus escolheu os descendentes de Abraão para serem um povo santo. Ele os separou da má influência dos senhores egípcios e preparou uma terra onde poderiam habitar livres da corrupção dos povos idólatras. Ele até mesmo lhes deu uma lei especial, que ressaltava a distinção entre o puro e o impuro.

Deus explicou a necessidade da pureza deles quando lhes deu sua lei em Levítico 11:44-45. Contudo, o povo que Deus havia selecionado excepcionalmente e resgatado não permaneceu santo. Os israelitas repetidamente exibiram seu pecado aos olhos de Deus. Ele às vezes avisou que poderia entrar no meio da congregação pecaminosa e destruir o povo (Exôdo 33:5; Números 16:44-45). Por quê? Simplesmente porque não pode haver comunhão entre a santidade de Deus e a impureza do homem. O homem tem que ser purificado, ou morrerá (Isaías 6:1-7).

4 – Deus ainda quer um povo santo, e providenciou, através de Cristo, o meio de purificar os pecadores para o servirem. Os cristãos são o povo santo de Deus (1 Pedro 2:5,9). Aqueles que se dizem ser seguidores de Jesus deverão conduzir-se como um povo santificado e purificado da impureza do mundo.

5 – A igreja em Corinto estava rodeada de imoralidade e falsa religião. Os cristãos eram freqüentemente tentados a voltar às más práticas do mundo. Paulo entendeu esta tentação quando lhes escreveu cartas de encorajamento. O apóstolo ensinou que o pecado não tem lugar na vida do cristão.

Vejamos 2 Coríntios 6:14,15 por exemplo. Encontramos nestes versículos uma lista de coisas que são totalmente opostas. Paulo não encoraja a nenhum tipo de compromisso. Ele não nos diz que um pouco de mal pode coexistir com a justiça. Em vez disso, mostra que não pode haver nenhuma tolerância do pecado na vida de um cristão.

Os cristãos pecam (1 João 1:8,10), mas temos que admitir esses erros e procurar o perdão de Deus para manter a comunhão com ele (1 João 1:9; 2:1). Certas religiões e filosofias orientais ensinam que o bem tem que ser contrabalançado pelo mal e que cada bem é manchado por alguma quantidade de mal. Tais idéias contradizem frontalmente o ensinamento da Bíblia. Bem e mal são distintos e não podem existir em harmonia. Os discípulos de Cristo não podem comprometer-se com o erro. Esta santificação é baseada em nossa relação com Deus.

Paulo continuou nos versículos 16 a 18 a dizer que a base para esta santificação é nossa relação com Deus. Nestes versículos, ele usa a linguagem das passagens do Velho Testamento para mostrar que Deus ainda deseja um povo santo. O desejo básico de Deus permanece inalterado. Ele quer ter íntima comunhão com seu povo santo. Mas um Deus puro não pode ter amizade com pecado; portanto, temos que separar-nos do mal e da impureza. Mas, para que não vejamos isto como uma tarefa desagradável de renúncia, teremos que nos lembrar do grande privilégio que é descrito na passagem, especialmente no versículo 18. O Deus Todo-poderoso do universo, nosso grande Criador e Redentor, quer ser nosso Pai. Os cristãos têm imenso privilégio de serem chamados filhos e filhas do próprio Deus!

6 – Por causa do grande privilégio de sermos chamados filhos e filhas de Deus, temos que nos purificar de toda impureza. Não apenas 50%, 90% ou 99% do pecado, mas de toda imundície. Por quê? Por causa de nosso respeito a Deus. Ele merece nosso serviço de santificação (veja 2 Coríntios 7:1).

7 – Vivemos num mundo que tem sido manchado, por milhares de anos, pelo pecado. Estamos rodeados por violência, pornografia, desonestidade e falsa religião. Deus não pretende que nos isolemos deste mundo (João 7:14-21), mas que fujamos dos seus pecados (1 Timóteo 6:11) e brilhemos como luzes num mundo de trevas (Mateus 5:14-16).

Aplicação:

1 – Desfrute da qualidade de ser separado. Separado dos pecados do mundo. Da incredulidade, corrupção e maldade existentes na vida das pessoas que não conhecem a Deus. (2 Coríntios 3:18)

2 – Seja santo, porque Deus é santo. Se você quiser ter comunhão (intimidade) com Deus é preciso separa-se das contaminações do mundo, pois elas não habitam em Deus. (1 Pedro 1:14-16)

3 – Não permaneça pecando para não morrer, pois Deus não contempla o pecado. Em Deus temos vida, o pecado gera a morte, e morte eterna. (Romanos 6:23)

4 – Seja verdadeiramente santo, pois só assim será chamado povo de Deus. Mantenha-se incontaminado das más influências do mundo e obedeça e pratique a vontade de Deus em sua vida. (Tiago 1:27)

5 – Não se iluda que Deus abrirá uma exceção para você. Sem santificação é impossível ter comunhão com Deus. Por isso deixe o Espírito Santo te santificar. (Gálatas 6:7)

6 – Temos que ser limpos de que tipos de impureza? Paulo menciona duas amplas categorias de pecado que têm que ser expurgadas de nossas vidas:

Impureza da carne: Isto incluiria todas as formas de imoralidade e mundanismo. Pecados sexuais, embriaguez, desonestidade e todas as outras características da carne têm que ser abandonadas. Pessoas que praticam tais coisas não terão permissão para entrar na eterna comunhão com Deus (Gálatas 5:19-21; 1 Coríntios 6:9-11; Apocalipse 21:8).

Impureza do espírito: Impureza espiritual e religiosa também têm que ser removidas de nossas vidas. Os cristãos em Corinto estavam rodeados pela idolatria, por isso Paulo usou este exemplo específico. Estamos rodeados de uma variedade de doutrinas humanas e filosofias, práticas de espiritismo, adoração de santos e de imagens, etc. O verdadeiro cristão não pode continuar a participar de tais práticas impuras. Temos que limpar-nos de qualquer mal deste tipo (1 Coríntios 10:14), adorando somente a Deus (Mateus 4:10). Nossa adoração a Deus tem que ser de acordo com sua verdade (João 4:24). Sem nos santificar, não teremos comunhão com o Senhor que morreu por nós.

7 – Nunca foi fácil viver como povo santificado num mundo de corrupção e injustiça, mas é possível. Jesus provou isso durante uma vida de pureza sem pecado. É nossa responsabilidade seguir seus passos, “porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca” (1 Pedro 2:21-22).

→ Em suma, relacione com as pessoas, viva entre elas, mas não faça o que elas fazem que seja contrário a vontade de Deus. Jesus orou: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:15-17). O Senhor quando esteve no mundo andou entre os pecadores, porém não com o propósito de viver como eles, mas para dar testemunho da verdade (João 18:37), pois “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes.” (Lucas 5:31). Não podemos sair literalmente do mundo e se isolar das pessoas, mas podemos ser diferentes, agindo com justiça, piedade e santidade no meio delas, nos afastando sempre das coisas que corrompem e destroem vidas, procurando ser nobres, sadios e sóbrios na pratica da fé em Cristo Jesus.

Leitura de encorajamento:

“Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.” (2 Timóteo 2:22)

Apêndice:

O que é comunhão? Conforme dicionário Priberam é: 1) Participação em comum. 2) Uniformidade (em idéias, opiniões, etc.); acordo, harmonia. Comunhão é participar

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