A igreja verdadeira é aquela estabelecida por Jesus Cristo através de seus apóstolos. A igreja do Senhor Jesus foi manifestada durante a festa judaica chamada Pentecostes – ou festa da colheita – festa que era comemorada pelos judeus cinquenta dias depois da páscoa.
Jesus já havia prevenido o apóstolo Pedro sobre Sua igreja; veja: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Pedro foi o apóstolo que levantou a questão após a ressurreição do Senhor: “Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos e disse: Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura…” (Atos 1:15,16a). Os discípulos reunidos ali, receberam do céu, poder para começarem seu ministério: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (Atos 2:1-4).
Há uma confusão enorme em relação a essas línguas – alguns interpretam como línguas estranhas; outros como línguas de anjos; etc., – mas na verdade eram línguas inteligíveis, porém, de outros povos que vieram de diversos países para a festa em questão; veja: “Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua. Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?” (Atos 2:5-8). Exemplificando é como se estivemos no Brasil num grande evento e viessem americanos, alemães, italianos, japoneses e etc., e cada um pudesse entender em suas línguas maternas o que vários pregadores estivessem falando, cada qual em sua própria língua.
Pedro e os demais apóstolos então se levantaram e começaram a pregar as boas novas: “Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras… Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela” (Atos 2:14, 22-24). Os apóstolos declararam aos judeus que Jesus era o Messias esperado por eles: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (Atos 2:36).
Os judeus atormentados e aflitos perguntaram aos apóstolos o que precisariam fazer para reparar o erro cometido; quando o apóstolo Pedro tomou a frente mais uma vez e respondeu que só por meio do arrependimento e batismo poderiam ser salvos da condenação; veja: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:37,38).
Eles foram acrescentados por Deus a igreja que estava nascendo, a igreja de Jesus – aquela que Ele preveniu a Pedro na passagem de Mateus – através do batismo: Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: “Salvai-vos desta geração perversa. Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (Atos 2:40,41).
Agora como cristãos, viviam completamente diferente da vida que levavam antes; veja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (Atos 2:42-47).
Nesta descrição, confirmamos que a igreja foi estabelecida por Jesus Cristo através de seus enviados especiais – os apóstolos – que foram usados como instrumentos para colocar em prática o Seu plano e a Sua vontade.
– A igreja verdadeira é aquela que está fundamentada nas verdades do Novo Testamento e busca resgatar estes princípios. A doutrina que a igreja precisa seguir está toda registrada nas páginas do Novo Testamento e em nenhum lugar mais.
– A igreja verdadeira não precisa de credos ou preceitos humanos, pois ela é movida pela Palavra de Deus que é perfeita: “O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado” (1 Coríntios 13:8-10).
– A igreja verdadeira tem no Novo Testamento – a nova aliança de Deus – sua autoridade e regra de fé. No Antigo Testamento – a antiga aliança de Deus – a igreja observa os princípios, ensinamentos e preceitos da palavra de Deus, para também, conhecer a Deus, Seu caráter, Sua criação e profecias a respeito do Filho do Homem – Jesus, o Salvador. Quando tentam unir as duas alianças, anulam o que Cristo fez, ou seja, estabelecer uma nova aliança de Deus com os homens. A Lei da antiga aliança teve o seu papel: “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio“ (Gálatas 3:24,25). A Lei de Moisés serviu como um aio ou tutor – pessoa de confiança que cuida de uma criança, educando-a ou disciplinando-a até que ela atinja a maior idade – para levar-nos a Cristo. Cumprida a tarefa do tutor, não justifica continuarmos buscando a sua tutela, já que agora estamos sob a tutela de Cristo. Voltar à antiga Lei é anular a graça de Deus dada em Jesus Cristo. “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes” (Gálatas 5:4).
– A igreja verdadeira obedece às ordens de Seu único Senhor porque o ama: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos” (João 5:3). Ela não desvia da vontade de Deus ou faz barganha para ganhar mais membros: “Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2 Coríntios 2:17).
– A igreja verdadeira é o corpo de Cristo, sendo Ele a Cabeça, aquele que guia, direciona e comanda o corpo: “Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Colossenses 1:18,19).
– A igreja verdadeira é a gloriosa noiva de Cristo, que Ele virá buscar para estar ao Seu lado eternamente: “…porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. … Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:23, 25-27).
– A igreja verdadeira não se dobra ou se une a organizações humanas: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?“ (2 Coríntios 6:14).
– A igreja verdadeira não é uma organização, mas um organismo vivo: “…vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (1 Coríntios 12:27).
– A igreja verdadeira não escandaliza a sociedade com procedimentos vergonhosos e também não é uma entidade financeira, que só fala e pede dinheiro: “Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado (soberbo; pretensioso), nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações (provocar polêmica) sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade (zelo e temor a Deus) é fonte de lucro“ (1 Timóteo 6:3-5).
Por fim a igreja verdadeira é aquela que faz a vontade de Deus, prega o evangelho, segue a verdade em amor e glorifica a Deus pelas suas atitudes e procedimento santo.
Louvado seja Deus pela Sua igreja gloriosa, busque-a, e você a achará!
Amém.